O NASCIMENTO DO EU A PARTIR DA RELAÇÃO ENTRE MUNDO E O OUTRO: uma análise arenditiana

Autores

DOI:

https://doi.org/10.18764/2236-4358v14n42.2024.22

Palavras-chave:

Hannah Arendt, Eu, Intersubjetividade, O outro, Mundo

Resumo

Este texto tem como objetivo compreender a concepção do Eu em Hannah Arendt. Trata-se de uma pesquisa bibliográfica que, a partir de suas principais obras – A condição humana e A vida do espírito - explora como a percepção sensorial e a linguagem desempenham papéis cruciais na constituição do sujeito. Arendt inverte a lógica tradicional que considera o outro como secundário, sustentando que a realização plena do sujeito depende do reconhecimento mútuo. Além dos cinco sentidos, ela propõe a existência de um “sexto sentido”, relacionada à capacidade de articular experiências e significados por meio da linguagem. Essa capacidade não só constrói um mundo compartilhado, mas também molda a percepção e a consciência, permitindo uma reflexão profunda sobre si mesmo, o outro e o mundo. A política é entendida como o espaço onde a relação entre os sujeitos se concretiza por meio da ação e do discurso. A vida privada, em contrapartida, é percebida como uma forma de morte simbólica, já que o Eu não pode existir plenamente sem ser visto e reconhecido pelos outros. Assim, a existência humana se realiza no espaço público, onde a pluralidade de perspectivas configura um mundo comum, enfatizando que a linguagem e a intersubjetividade são essenciais para a construção da realidade e da identidade onde a autenticidade do Eu é constituída na interação com o mundo e o outro.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Adenaide Amorim Lima, Universidade Federal de Santa Maria (UFSM)

Doutoranda no Programa de Pós-Graduação em Filosofia da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Estudante do Curso de Pós-Graduação Lato Sensu Especialização em Filosofia, Conhecimento e Educação da Universidade Federal do Recôncavo Baiano (UFRB). Licenciada em Pedagogia, Filosofia e mestre em Educação pela Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB). 

Referências

ARENDT, Hannah . A dignidade da política: ensaios e conferências. Rio de Janeiro: Relume-Dumará, 1993.

______. A condição humana. 13 ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2017.

______. A vida do espírito. 2 ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2010.

______. Compreender: formação, exílio e totalitarismo: ensaios (1930-1954). Belo Horizonte: Ufmg, 2008.

______. Responsabilidade e julgamento. São Paulo: Companhia das Letras, 2004.

______. Entre amigas: a correspondência de Hannah Arendt e Mary McCarthy. Rio de Janeiro: Relume Dumará, 1995.

______. A dignidade da política. 3. ed. Rio de Janeiro: Relume-Dumará, 1993.

ASSY, Bethania. Ética, reponsabilidade e juízo em Hannah Arendt. São Paulo: Perspectiva, 2015.

BAKHTIN, Mikhail. Estética da criação verbal. 6 ed. São Paulo: Martins Fontes, 2011.

______. Para uma filosofia do ato responsável. 2 ed. São Carlos: Pedro e João, 2010.

CHORELL, Torbjörn Gustafsson. Giving up on knowing and loving oneself: Anders

COSTA, Admar. Sócrates e a ironia segundo Vlastos. Revista Classica, v. 28, n. 2, 2015, p. 185-196.

CYRULNIK, Boris. Do sexto sentido: o homem e o encantamento do mundo. 2. ed. Lisboa: Instituto Piaget, 1997.

KARAMAN, Hatice. The spectral other or the self: justice in Richard III. B.A.S. vol. XXVI, 2020, p. 153-269.

TCHIR, T. Hannah Arendt’s Ethic of Responsibility to the “Who” and the “World”. Sotsiologicheskoe Obozrenie/Russian Sociological Review, vol. 17, nº. 4, p. 70-87, 2018.

WILLIAMS, Garrath. Disclosure and responsibility in Arendt’s The human condition. European Journal of Political Theory, vol. 14 (1), 2015, 37–54.

VALLÉE, Catherine. Hannah Arendt: Sócrates e a questão do totalitarismo. Lisboa: Instituto Piaget, 1999.

Downloads

Publicado

2024-11-25

Como Citar

Lima, A. A. (2024). O NASCIMENTO DO EU A PARTIR DA RELAÇÃO ENTRE MUNDO E O OUTRO: uma análise arenditiana. Revista Húmus, 14(42). https://doi.org/10.18764/2236-4358v14n42.2024.22