A influência da cultura grafocêntrica na estigmatização das variantes linguísticas
DOI:
https://doi.org/10.18764/2236-4099v14n35.2024.9Palavras-chave:
Variação, Mudança, Escrita, Grafocentrismo, EstigmaResumo
O presente artigo tem a pretensão de elencar alguns argumentos que justifiquem os estigmas gerados sobre as variantes linguísticas – sobretudo as de modalidade oral – a partir da hipótese de que esses estigmas são consequências naturais de sociedades grafocêntricas. Desenvolvendo os conceitos basilares acerca dos fenômenos de variação e de mudança linguística, sob a tutela da Linguística Histórica em diálogo com a Sociolinguística, buscamos demonstrar que esses fenômenos linguísticos são naturais a quaisquer línguas faladas no mundo. Em contraponto, mostramos como as peculiaridades da modalidade escrita fizeram com que ela mesma fosse eleita como forma oficial de expressão pelas instituições do Estado nas sociedades modernas, colaborando para a organização social, econômica e cultural dessas sociedades. Considerando assim que a organização social e cultural da terra recém-conquistada foi-se estruturando em torno da língua do colonizador – a Língua Portuguesa –, mais uma representante da cultura escrita europeia, nada mais natural que mantivéssemos características inerentes a esse desenvolvimento cultural.
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